Casamento Judaico
Por Yishai ben Yehudah
Por que casar-se?
No mundo moderno, casamento civil ou religioso não é mais nenhuma garantia de estabilidade e já começa com prazo de validade vencido. Já é comum o fato de muitos preferirem não se casar, já que entram num relacionamento com total insegurança.
Como Deus vê esta atitude?
Primeiramente o Eterno demonstrou seu desejo de ver-nos casados ao dizer “Não é bom que o homem esteja só.” :
“Depois o SENHOR disse: —Não é bom que o homem viva sozinho. Vou fazer para ele alguém que o ajude como se fosse a sua outra metade. “ (Gn 2:18 BLH).
Adão foi a primeira criatura perfeita e foi dividido em dois, o que demonstra que um casal representa a perfeição do ser humano. Ao unirem-se, outra maravilha sucede: além do prazer, o milagre da procriação, juntando num único ser as características genéticas de seus pais e prolongando assim sua existência. Nós nos perpetuamos por meio de nossos filhos, daí mais uma razão ou a principal razão de os termos. Que nosso nome e memória, não se apaguem!
O sexo não é e nunca foi pecado, desde que praticado dentro dos princípios de santificação e segundo os propósitos divinos. A procriação e o prazer entre marido e mulher são seus objetivos principais. Não deve ser feito segundo os rituais e fantasias de depravados pecadores. Conheci uma pessoa que me dizia que orava em agradecimento a Deus, após relacionar-se com sua esposa.
Mais a frente, vamos também falar do tempo para o relacionamento, o que faz parte da santificação e que nos difere dos demais povos.
Nos casamos também para fugirmos da prostituição, já que por natureza dependemos um do outro e não queremos pecar. Shaul HaShaliach fala disto, colocando bem claro os compromissos a serem assumidos pelos que entram no casamento e dá suas explicações.
Recomendamos que, se alguém, de alguma maneira não se sente capaz de cumprí-los, que não busque casamento, pois isto faz parte do contrato matrimonial. Entre estes, mencionamos os que nasceram ou se sentem “eunucos”, sem atração pelo sexo oposto.
Ninguém tem o direito de fazer o outro infeliz. Aproveito para acrescentar que “ninguém” nasce homossexual e que isto é um desvio de conduta moral. Ninguém precisa partir pra isto, como ninguém precisa viciar-se em drogas.
“Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; (1 Ts 4:3)
“ Mas, por causa da prostituição, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido.” (1 Coríntios 7:2)
“Que vos abstenhais das coisas sacrificadas a ídolos, bem como do sangue, da carne de animais sufocados e das relações sexuais ilícitas; destas coisas fareis bem se vos guardardes. Saúde.” (Atos 15:29)
“Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria. “ (Colossenses 3:5)
“Não sabeis que os vossos corpos são membros de Cristo? E eu, porventura, tomaria os membros de Cristo e os faria membros de meretriz? Absolutamente, não. Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? Porque, como se diz, serão os dois uma só carne. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.” ( 1Co 6:15-19).
“ Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia...” (Gálatas 5:19 )
Convém deixar bem claro que, sexo extra conjugal, fora do casamento, é pecado! Nosso corpo é e deve ser sempre, o templo ou morada de Deus em Espírito. O namoro deve pautar-se pelo respeito à pureza e no propósito de se chegarem à presença do Eterno em santificação, para terem por Ele, na cerimônia matrimonial Sua bênção, o que não ocorre com aqueles que se apressam em correr para o mal.
Não podemos minimizar a gravidade destes envolvimentos extra conjugais e relações ilícitas, como se fossem “normais”. Não são! São atos pecaminosos e graves diante de Hashem. E também temos que entender que casamento é somente a união feita por Deus oficialmente diante da Kehilah, na cerimônia matrimonial. Mesmo o casamento civil, não é válido sozinho. O resto é ilícito.
A quebra destes princípios, em nosso caso, desobriga nossos líderes de fazer cerimonia de quem quer que seja. Cabe aos pais e a liderança da Kehilah observar com responsabilidade e passar ao casamenteiro o comportamento dos pretendentes uma cerimônia de casamento.
Lembremo-nos do corajoso Pinechás que, num ato de bravura, pôs fim à orgia entre nossos irmãos no passado que vitimou a morte de 24 mil homens.
“Vendo isso Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sacerdote, se levantou do meio da congregação e tomou uma lança na sua mão; e foi após o varão israelita até à tenda e os atravessou a ambos, ao varão israelita e à mulher, pela sua barriga; então, a praga cessou de sobre os filhos de Israel. E os que morreram daquela praga foram vinte e quatro mil.” (Nm 25:7-9)
O jovem José, no Egito, também viu como grave, uma situação de sexo ilícito:
“ Ninguém há maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porquanto tu és sua mulher; como, pois, faria eu este tamanho mal e pecaria contra Deus?” (Gênesis 39:9)
A violação da virgindade de Dinah e seu envolvimento com um goy foi considerada doidice e duramente cobrada:
“E vieram os filhos de Jacó do campo; e, ouvindo isso, entristeceram-se os varões e iraram-se muito, pois aquele fizera doidice em Israel, deitando-se com a filha de Jacó, o que não se devia fazer assim. Então, responderam os filhos de Jacó a Siquém e a Hamor, seu pai, enganosamente, e falaram, porquanto havia contaminado a Diná, sua irmã. E aconteceu que, ao terceiro dia, quando estavam com a mais violenta dor, dois filhos de Jacó, Simeão e Levi, irmãos de Diná, tomaram cada um a sua espada, e entraram afoitamente na cidade, e mataram todo macho. Mataram também a fio de espada a Hamor, e a seu filho Siquém; e tomaram Diná da casa de Siquém e saíram.” . (Gn 34:7, 13, 25 e 26)
Para Siquém aquilo era uma coisa normal, como hoje o é para os pecadores.
Ser um israelita é ser parte do povo e ver as coisas como nosso povo a viam.
Finalizamos esta primeira parte, resumindo em quatro as principais razões para o casamento:
1. Agradar a Deus, voltando a condição de unidade;
2. Procriação (Continuar sua existência);
3. Prazer e alegria do casal
4. Não pecar (prostituir, adulterar).
Na sequência, falaremos de como escolher ou encontrar a alma gêmea e do papel fundamental e indispensável, do Shadcham, o casamenteiro.
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